28 junho 2012

Autometal vê momento favorável a aquisições

Companhia trabalha com uma lista de 15 potenciais alvos de aquisição, sendo a maior parte -- onze - no Brasil

 De olho em ativos depreciados por um mercado que se mostra retraído neste ano, a Autometal, fabricante de autopeças do grupo espanhol CIE Automotive, avalia que o cenário é favorável para cumprir com a promessa feita há pouco mais de um ano em sua abertura de capital: destinar 80% dos recursos levantados na oferta pública inicial de ações a aquisições.

No momento, a companhia trabalha com uma lista de 15 potenciais alvos de aquisição, sendo a maior parte -- onze - no Brasil. Outras duas empresas são analisadas no México. Nos dois países, a empresa já marca presença com 17 fábricas: dez delas estão em território brasileiro.

Mas também está no radar a possibilidade de entrar em novos mercados na Ásia, com potenciais compras na Índia e na China, mercados em expansão e de baixo custo de produção onde outras duas companhias são avaliadas.

O foco são empresas familiares e com faturamento superior a US$ 50 milhões. A Autometal estabeleceu como parâmetro para as negociações uma taxa mínima de retorno do investimento de 20%.

O objetivo é agregar novos processos tecnológicos ao portfólio, com prioridade para a introdução de linhas de forjaria, no México, e injeção de componentes de alumínio, no Brasil. Paralelamente, a Autometal quer aumentar sua capacidade na produção de componentes utilizados em caminhões, segmento no qual conta hoje apenas com uma fábrica.

A direção não dá muitas pistas sobre qual será o formato do investimento: se vai realizar uma única aquisição - de grande porte - ou comprar uma série de pequenas empresas. Diz apenas que trabalha com todas as possibilidades e que prefere não traçar prazos ou estimar volumes financeiros das operações.

Mas, adianta que já iniciou conversas com potenciais alvos e acrescenta que a desaceleração do mercado favorece novos movimentos de consolidação no Brasil.

"A gente analisa, namora e tenta buscar dados públicos para identificar efetivamente quais são os possíveis targets (alvos)", conta Fernando Mearim, diretor financeiro e de relações com investidores da companhia.

A demora para fechar uma aquisição frustra alguns investidores, mas Mearim justifica que o mercado, no embalo dos volumes recordes de vendas e produção de veículos, vinha cobrando múltiplos altíssimos em processos de venda. Agora, a situação começa a se inverter e os preços de ativos passam a ser pressionados pela retração na atividade das montadoras.

"Aqueles que tinham apenas a intenção de realizar uma venda, agora, talvez, precisem fazer isso. Acho que vai ocorrer, sim, um processo de consolidação mais forte a partir de agora", afirma o diretor financeiro.

A ideia é usar parte dos recursos em caixa - R$ 1,1 bilhão - nas aquisições. Na abertura de capital feita em fevereiro do ano passado, a companhia levantou para seu caixa R$ 418,5 milhões - já deduzindo as comissões e despesas da oferta - e prometeu investir R$ 334,8 milhões em aquisições.

Na estratégia de aquisições, a empresa - que teve receita líquida de R$ 1,56 bilhão em 2011 - olha para negócios que permitam complementação da linha de produtos, novas tecnologias e captura de sinergias a partir da implantação de seu modelo de gestão. Valor Econômico
Fonte: canaldotransporte 28/6/2012

28 junho 2012



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