15 junho 2012

O que aprender com fusões e aquisições de fornecedores de TI?

Muito. Pense no histórico de alguns dos mais aquisitivos fornecedores de TI nos últimos anos: Salesforce.com, Oracle, IBM, SAP, Dell e HP

 Uma das melhores formas de medir o estado mental e competência geral de um fornecedor de TI é por meio de suas atividades de fusões e aquisições. Está entre os últimos fornecedores em um mercado emergente com uma aquisição, cobrindo a oferta de outro concorrente? As aquisições somam algo maior do que a soma de suas partes? As maiores aquisições são ousadas, até ações não convencionais, ou são jogadas óbvias para comprar renda, fatia de mercado ou novos clientes?

 Considere os mais aquisitivos fornecedores de TI dos últimos anos: Salesforce.com, Oracle, IBM, SAP, Dell e Hewlett-Packard. O que as empresas que elas compram, e no momento em que compram, dizem sobre suas habilidades de executar estratégias de longo prazo? Muito.

 Salesforce.com: 
É, sem duvida, a menor e mais focada fornecedora de TI nesse grupo, e é, também, a que está crescendo mais rápido, prestes a aumentar em 32% a renda deste ano, para cerca de 3 bilhões de dólares. A empresa está se beneficiando com uma série de aquisições para ir além de automação de força de vendas para marketing (Buddy Media), RH (Rypple) e análise de sentimento (Radian6). As correntes mais comuns: aplicativos ricos em mídia social baseados em nuvem.

 A Salesforce.com é uma força a ser avaliada no longo prazo, imaginando que ela (e sua fatia de mercado de 18 bilhões de dólares) não seja adquirida por nenhuma das empresas a seguir.

 Oracle: 
Pequena e focada são adjetivos nada apropriados para a Oracle, que adquiriu cerca de 20 empresas desde a compra da Sun, em 2010, por 7,4 bilhões de dólares. Entre essas aquisições estão: Pillar Data Systems (sistemas de armazenamento), Endeca (software de e-commerce e business intelligence), FatWire Software (gerenciamento de conteúdo web), RightNow (aplicativos CRM baseados em nuvem) e Teleo (aplicativos de RH baseados em nuvem).

 As correntes mais comuns da Oracle são as suítes de aplicativos Fusion (seis anos de trabalho para criar e unir aplicativos existentes com PeopleSoft, JD Edwards, Siebel e outros aplicativos) e a linha Exa de ferramentas de integração entre hardware e software. O sucesso financeiro da Oracle fala por si. Mas, como meu colega Art Wittmann escreveu, o recente lançamento da nuvem Oracle, uma tentativa de lançar tudo junto (de PeopleSoft, a Sun, a RightNow e Teleo) esteve na boca do povo. A Oracle pode estar fazendo muito para si mesma, mas precisa agir melhor com seus clientes.

 IBM: 
Vou dizer apenas isso sobre a IBM: tem uma visão interessante, Smarter Planet, e tem adquirido desde cedo e com frequência para alimentar essa visão. Um ótimo exemplo foi a compra da PWC Consulting, em 2002, por 3,5 bilhões de dólares, uma ação ousada no negócio de consultoria. Outro ponto do pensamento Smarter Planet é business intelligence e análises de dados, hoje competência central que a IBM criou com Cognos, SPSS,Netezza e diversas outras aquisições menores. Recentemente, a IBM tem preparado o caminho para o próximo grande mercado de tecnologia do negócio, automação de marketing, arrebatando a Coremetrics, Única e Tealeaf.

 SAP: 
O que Business Objects, Sybase, TomorrowNow,SuccessFactor e Ariba têm em comum? Não muitas coisas – além de serem todas grandes aquisições SAP. O acordos com a BusinessObjects (business intelligence) e Sybase (ferramentas móveis e bancos de dados) produziram ótimos resultados, mas ainda é cedo para avaliar se SuccessFactors (RH) e Ariba (compras) irão elevar a SAP como líder na nuvem, depois do inicio lento e doloroso da empresa com o Business ByDesign.

 Um desastre sem precedentes foi a TomorrowNow, adquirida em 2005 para fornecer serviços de suporte técnico às licenças do software rival PeopleSoft. A TomorrowNow, fechada em 2008, acabou custando mais de 300 milhões de dólares para SAP em danos legais, depois de admitir infringir os direitos autorais da Oracle no software PeopleSoft.

 Dell: 
Depois de evitar aquisições em sua primeira década, a Dell comprou diversos fornecedores de data center e computação em nuvem nos últimos anos. EqualLogic e Compellent colocaram a Dell no mercado de armazenamento. A Force10 a colocou no mercado de switches de Ethernet. SecureWorks, SonicWall e AppAssure reforçaram segurança. E Clerity, MakeTechnologies e Wyse vão ajudar a Dell a modernizar aplicativos legados de clientes. Não tem estilo, mas é uma estratégia cumulativa e consistente.

 HP: 
Por fim, e possivelmente a menos importante, está a HP, que, em seu terceiro CEO em dois anos, ainda vacila quando se trata de definir visão. A empresa adquiriu a Compaq, por 25 bilhões de dólares, em 2002 e a Palm, por 1,2 bilhão de dólares, em 2010, só para encenar a saída desses negócios no ano passado… E reverter o curso (de certa forma), este ano, sob o novo comando de Meg Whitman.

 A HP desembolsou cerca de 10 bilhões de dólares para comprar a empresa de software de gerenciamento de conteúdo, Autonomy, e um valor nunca divulgado para a compra da Vertica, empresa de software de análise, no ano passado, após o fracasso de sua plataforma de big data, Neoview, desenvolvida internamente; e muito depois de a IBM e EMC terem adquirido a líder de mercado daquele setor. A HP venceu a guerra contra a Dell e adquiriu da fornecedora de armazenamento 3Par, mas os 2,3 bilhões de dólares pagos foram mais de duas vezes a oferta inicial da Dell. A HP ainda está tentando entender a aquisição da EDS, por 13,9 bilhões de dólares, em 2008. Por Rob Preston InformationWeek EUA
Fonte: crn.itweb 15/06/2012

15 junho 2012



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