29 dezembro 2012

Cemig aceita proposta de compra de fatia da Suzano em Capim Branco

A Cemig aceitou a proposta de compra da participação de 18% que a Suzano detém na hidrelétrica de Capim Branco por R$ 320 milhões. A estatal mineira já tem uma fatia de 21% no consórcio da usina, ao lado da Votorantim, com 12,6%, e da Vale, com 48,4%.

 Em fato relevante, a Suzano informou que, os outros três acionistas têm direito de comprar sua participação no empreendimento, na proporção de sua participação no capital. Porém, caso não haja interesse por parte dos demais sócios, a Cemig ficaria com toda a fatia da fabricante de papel e celulose no projeto.

 Se exercer apenas o direito à sua participação no consórcio, a Cemig desembolsaria R$ 82 milhões. “Após o prazo de trinta dias para o exercício do direito de primeira oferta pelas demais consorciadas, será definida a participação final que caberá à Cemig adquirir”, informou a empresa de energia elétrica.

“A alienação da participação da Suzano no Consórcio é uma medida importante que compõe o pacote de blindagem financeira da companhia”, ressaltou a Suzano. Segunda maior produtora mundial de celulose branqueada de eucalipto, a companhia busca alternativas para reduzir seu elevado endividamento pelo menos desde o ano passado.

 A alavancagem da Suzano cresceu à medida que a empresa colocou em marcha um ambicioso projeto de expansão, sobretudo em celulose, que engloba ao menos duas novas fábricas, de US$ 2,9 bilhões cada. A empresa também desembolsou R$ 1,5 bilhão pelos 50% que ainda não possuía no Consórcio Paulista de Papel e Celulose (Conpacel) e pela distribuidora de papéis KSR, entre outras operações de menor valor.

 No primeiro semestre de 2012, a Suzano recorreu ao mercado de capitais e levantou mais de R$ 1,4 bilhão com uma oferta de ações. Ao mesmo tempo, colocou em marcha outras operações financeiras que renderam, juntas, cerca de R$ 10 bilhões em liquidez.

 Ainda assim, os níveis de alavancagem seguem em alta e devem alcançar o pico em 2013, quando a Suzano investirá mais R$ 1,9 bilhão — em novembro, deve ter início a operação da fábrica de celulose do Maranhão, o que irá reforçar o caixa da companhia a partir de 2014. Em 2012, os investimentos somaram R$ 3 bilhões.

 De julho a setembro, a alavancagem da companhia medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda ficou em 4,7 vezes, ante 4,5 vezes no segundo trimestre.
Fonte: Valor Econômico 28/12/2012

29 dezembro 2012



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