24 dezembro 2012

Estrangeiras terão que pagar mais caro para entrar no varejo de remédios

Não é de hoje que as redes de farmácias estrangeiras olham para o Brasil. Nos últimos anos, os rumores de que grandes varejistas como CVS Pharmacy e Walgreens estariam interessadas em abrir operações por aqui foram constantes.

 O caso mais recente dá conta que a brasileira Onofre estaria negociando com a CVS. As duas companhias negam. Mas para especialistas ouvidos pelo Brasil Econômico, os planos das redes estrangeiras devem começar a se concretizar no ano que vem. E as forasteiras devem encontrar por aqui preços muito mais caros do que há um ano.

 A Brazil Pharma e a Raia Drogasil são as duas únicas varejistas com ações no mercado. De dezembro de 2011 pra cá, os papéis destas empresas valorizam 63% e 79,1%, respectivamente.No período, a Brazil Pharma, dona de redes como Farmais, Big Bene Rosário Distrital, viu o preço de sua ação saltar de R$ 8,49 para R$ 13,85. O papel da Raia Drogasil, saiu de R$ 12,89 para R$ 23,10.

 Além do assédio das estrangeiras, o mercado de drogarias também continuará vendo o movimento interno de aquisições. As redes médias estão entre os alvos das líderes do segmento.

 Mas estas empresas de menor porte também podem protagonizar fusões com concorrentes de tamanho parecido, dizem os especialistas. Já as empresas familiares, formadas apenas por um ou dois pontos de venda, devem desaparecer nos próximos anos.

 Alguns obstáculos deverão ser enfrentados para quem sobreviver a este concorrido mercado. Muitas farmácias ainda precisam explorar melhor o segmento de cosméticos e produtos de higiene e beleza, os quais fornecem as melhores margens. Os consumidores também têm demonstrado preferência por estabelecimentos que funcionam 24 horas, fazem entregas em domicílio e oferecem serviços ambulatoriais.

 As estrangeiras tem desafios mais complexos por aqui. As unidades da americana CVS, por exemplo, mais se assemelham a lojas de conveniência. Em seus pontos de venda, a empresa vende livros, comidas prontas, lanches, brinquedos e, é claro, medicamentos. No entanto, a legislação brasileira proíbe as farmácias de venderem certos produtos que não estejam ligados à saúde.

 Outro obstáculo é encontrar o ponto de venda ideal. A Walgreens só abre suas unidades em esquinas de grandes e movimentadas avenidas. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, por exemplo, a americana encontraria poucas opções para fazer sua expansão, já que os espaços que ainda restam nestas cidades são muitos caros.

 Desta forma, faz todo o sentido se juntar a uma rede brasileira. Assim, além de lojas já estabelecidas, estas empresas teriam condições de entender as peculiaridades do mercado local.

 As previsões para o segmento são bastante animadoras no Brasil.De acordo com a Associação Brasileira das Redes de Farmácias (Abrafarma) até 2015 o país deve saltar da sétima posição para a quinta no ranking mundial do mercado de medicamentos.Isto porque os países líderes no setor já estão estagnados. Por Cintia Esteves
 Fonte: Brasil Econômico 21/12/2012

24 dezembro 2012



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