28 março 2013

Seguradoras estrangeiras buscam fusões e aquisições

No mercado de seguros brasileiro, há a expectativa de consolidação e crescente avanço das seguradoras estrangeiras. A justificativa está na expansão da economia e nas mudanças do setor, como a necessidade de aumento da eficiência operacional e novas regras de capital (Solvência II).

Recentemente, o grupo segurador japonês Sompo Japan Insurance adquiriu, por meio da subsidiária brasileira Yasuda Seguros, 88,2% das ações da Marítima Seguros por R$ 200 milhões.

Outro exemplo de consolidação do mercado pôde ser observado com Caixa Seguros, que anunciou na semana passada a aquisição de 70% de participação acionária da Previsul, seguradora do Rio Grande do Sul especializada no ramo vida, por R$ 70 milhões. O grupo francês CNP Assurances detém 51,75% do capital da Caixa Seguros, sendo que o restante, 48,2%, pertence ao banco Caixa Econômica Federal.

Já em julho de 2011, houve a união da seguradora do Banco do Brasil com a espanhola Mapfre. O gigante grupo segurador, em 2012, somou R$ 884 milhões em prêmios, alta de 19,1% ante 2011.

Mário Sérgio de Almeida Santos, presidente do Sincor-SP, explica que o capital estrangeiro está a caminho do Brasil devido ao momento de investimento trazido por Copa do Mundo, Olimpíada e projetos de infraestrutura. "Buscam lugares para investir, como os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), mas China e Índia são diferentes, nosso mercado é mais fácil."

Santos detalha que as instituições internacionais entram no país aos poucos e se consolidam. "A Allianz e a Liberty são compradoras, e as seguradoras brasileiras perdem espaço."

Mas na opinião do presidente do Sincor-SP esse domínio pode ser prejudicial, pois as estrangeiras deixam o mercado vulnerável às mudanças internacionais.

Além da entrada por fusões e aquisições, há seguradoras que revelam a expectativa de dobrar o faturamento nos próximos anos. O grupo norte-americano AIG deixou de lado, no final de 2012, o nome Chartis, utilizado desde 2010 no Brasil, e trouxe novo produto que oferece proteção de até R$ 1 bilhão para o setor corporativo. O objetivo é dobrar sua participação neste mercado.

Vale lembrar que a AIG enfrentou problemas financeiros na crise de 2008. Na época, o governo dos Estados Unidos evitou a falência ao assumir o controle e realizar aporte de US$ 85 bilhões.

O foco em mercados alternativos para elevar as receitas é adotado por seguradoras dos Estados Unidos e também do Japão. Em recente entrevista ao DCI, o presidente da Tokio Marine, Akira Harashima, revelou que esses mercados estão maduros, mas o brasileiro está em fase de desenvolvimento. Hoje, a subsidiária brasileira representa 3% do faturamento global do grupo e do mercado nacional, mas a meta até 2016 é de dobrar os prêmios. Até janeiro a Tokio Marine somou R$ 190,564 milhões.

O advogado securitário Pedro Guilherme de Souza, do escritório Sabz Advogados, concorda que o movimento de fusões e aquisições está ligado com a economia e que as seguradoras compram "carteiras" de setores de interesse. "No curto, médio e longo prazo, o setor dá retorno. Tem um movimento de consolidação pela aquisição, mas há também a criação de companhias."

Sobre a aplicação de regras de Solvência II, que exigirá mais capital, Souza diz que haverá diminuição do ritmo de crescimento. "Em regra tende a ser mais restritivo até que o próprio mercado mostre o contrário."

Para Luiz Marcatti, diretor da consultoria Mesa, a necessidade de reduzir custos, se somada à queda do resultado financeiro gera um cenário de maior competitividade. "Apesar da economia estável, a gente está com juros muito baixos. Então quanto maior a possibilidade de recursos, maior a rentabilidade", diz Marcatti, ao se referir à queda da taxa Selic, hoje em 7,25% ao ano, que reduz o resultado obtido com aplicações no mercado financeiro.Autor: Marcelle Gutierrez – Referência: DCI
Fonte: capitolio 26/03/2013

28 março 2013



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