29 maio 2013

No Bovespa Mais, Nortec foca em expansão

A Nortec Química, uma das maiores fabricantes de insumos farmacêuticos do país, oficializou ontem seu ingresso no Bovespa Mais, mercado de acesso para as pequenas e médias empresas na bolsa. No curto prazo, os planos da companhia são duplicar suas três fábricas em Duque de Caxias (RJ) e construir uma unidade de oncológico e imunossupressores, com investimentos superiores a R$ 60 milhões. "Primeiro, vamos concluir esse ciclo de expansão para depois pensar em abrir o capital", disse Fábio Souza, diretor financeiro e de relações com o mercado do grupo.

 A abertura de capital é um projeto de longo prazo do grupo, que vai ser avaliado nos próximos três anos. O movimento de expansão da Nortec já começou a ser feito e deverá ser concluído no fim de 2014, segundo Souza. Parte desses investimentos será viabilizado com recursos próprios. Outra parte será financiada pelo Profarma, programa do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) voltado ao setor farmacêutico.

 Com a produção de mais de 50 tipos de insumos farmacêuticos, a companhia é a principal produtora de antirretrovirais (para tratamento da Aids), analgésicos (Dorflex e Neosaldina, por exemplo), além de produtos voltados para o sistema nervoso central, como o Dormonid, e cardiovascular. É a única fornecedora do benzonidazol, substância utilizada no combate à doença de Chagas.

 Fundada em 1985, a empresa sobreviveu à crise do início dos anos 90, quando muitas empresas de insumos farmoquímicos tiveram de fechar as portas em razão da entrada em massa de produtos importados. A companhia é a única que atua de forma independente no país - suas concorrentes diretas são farmacêuticas que também produzem insumos, como a Cristália e a Libbs, por exemplo.

 A entrada do grupo no Bovespa Mais é considerada o segundo passo de um processo que começou em 2002, quando o BNDESPar, braço de participações do BNDES, adquiriu 20% do capital da Nortec. Nesse contexto, o BNDESPar deu suporte para a empresa desenvolver uma estrutura de gestão e governança corporativa mais robusta. A empresa entrou com pedido de abertura de capital na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no fim de julho passado. O grupo é controlado por dois acionistas nacionais, os empresários Nicolau Lages, presidente-executivo da companhia, e Alberto Mansur, à frente do conselho de administração da empresa. Ambos eram do setor petroquímico.

 Em 2012, a companhia encerrou com faturamento bruto de R$ 100 milhões, aumento de 100% sobre os últimos cinco anos. Em 2014, projeta atingir receita de R$ 250 milhões já considerando a expansão do negócio. A expectativa é de que a produção salte de 270 toneladas/ano para 410 a 430 toneladas/ano.

 A empresa está entre as principais parceiras do governo federal em PDPs (Parcerias de Desenvolvimento Produtivo), com 14 acordos fechados, envolvendo 19 princípios ativos, sobretudo em antirretrovirais, afirmou ao Valor Marcus Soalheiro Cruz, vice-presidente de tecnologia e alianças estratégicas. Até abril, o governo tinha firmado 64 parcerias.

 A empresa, que tem sua atuação em sínteses químicas, avalia a produção de insumos mais complexos. Nesse sentido, avalia parcerias estratégicas com grupos que possam contribuir para o aumento de portfólio da companhia.Autor(es): Por Mônica Scaramuzzo | De São Paulo Valor Econômico -
Fonte: clippingmp 29/05/2013

29 maio 2013



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