21 janeiro 2015

ZeroPaper, startup brasileira, é comprada pela Intuit, dos EUA

A Intuit, companhia americana de softwares de gestão financeira para empresas e pessoas físicas, comprou a startup brasileira ZeroPaper. Com operação, que não teve valores divulgados, a ZeroPaper passa a ser o braço de atuação da Intuit - uma empresa com faturamento anual de US$ 4,5 bilhões - no Brasil.

A ZeroPaper tem um produto direcionado a profissionais autônomos, empreendedores individuais e microempresas que pode ser acessado pela internet gratuitamente ou por meio de pacotes de serviços com preços entre R$ 19,90 e R$ 39,90. Hoje, são 450 mil usuários.

De acordo com Dan Wernikoff, vice-presidente da unidade de pequenas empresas da Intuit, o foco será o crescimento do Quick- Books, um sistema de gestão voltados a empresas com perfil um pouco maior que as atendidas pela ZeroPaper. A companhia brasileira vai manter sua marca, ofertas e executivos. "Mudanças serão discutidas no futuro", disse ao Valor André Macedo, cofundador e presidente da ZeroPaper.

O negócio chama atenção por ser um ponto fora da curva no mercado brasileiro de startups. A ZeroPaper é a primeira participante de um programa de aceleração no Brasil a ser vendida para uma empresa. A aceleração é o processo de apoio a empresas de tecnologia em estágio bastante inicial de desenvolvimento - às vezes apenas uma ideia na cabeça - para que elas ganhem porte de forma mais rápida do que se seguissem seu curso natural de expansão. Além de aporte financeiro, as companhias recebem orientação de gestão, governança etc. Esses programas começaram a ser executados no Brasil há cerca de quatro anos.

Com menos de quatro anos de vida, a ZeroPaper ainda estava longe do prazo médio para que ocorresse esse tipo de investimento.

Normalmente, companhias iniciantes no Brasil levam de cinco a sete anos para encontrar um comprador.

Isso quando a negociação acontece. A dificuldade em conseguir uma saída - ou seja, a remuneração dos investidores por meio de uma venda - tem sido uma das grandes reclamações de investidores em companhias iniciantes no país. Na avaliação de Frederico Lacerda, sócio-fundador da aceleradora 21212, que fez o primeiro aporte na ZeroPaper, o acordo pode representar uma mudança. "Teremos mais negócios assim", disse.

Lacerda afirma que a venda da ZeroPaper foi suficiente para pagar todo o investimento feito pela aceleradora desde sua criação, em 2011. "Isso dá uma folga ao nosso modelo de negócios", disse.

Além da 21212, a ZeroPaper tinha investimento da Totvs Ventures, fundo de investimento em empresas da fabricante brasileira de sistemas de gestão. Em comunicado, Marcelo Cosentino, diretor de fusões e aquisições e expansão internacional da Totvs e responsável pelos investimentos da Totvs Ventures, disse que o movimento de venda é natural. "Nossa missão é desenvolver o ecossistema empresarial, incentivar a inovação e auxiliar a criação de novas tecnologias que possam ser ferramentas essenciais para o crescimento das empresas brasileiras", disse.

Em meados de 2011, quando entrou na 21212, a ZeroPaper era apenas uma ideia. Ao fim de seis meses do processo de aceleração, a companhia tinha 10 mil usuários.

Agora, a expectativa é chegar a 500 mil nos próximos dez dias, disse Macedo. Com a operação, ele e os outros três fundadores da ZeroPaper, que tem sede em Brasília e 13 funcionários, vão se mudar para São Paulo. Gustavo Brigatto Valor Econômico - Leia mais em resenhaeletronica 21/01/2015


21 janeiro 2015



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