27 agosto 2015

Ingresso.com, da B2W, é oferecida a estrangeiros

A decisão da B2W, controlada pela Lojas Americanas, de se desfazer da Ingresso.com levou a empresa a buscar compradores no exterior, especialmente na Europa, apurou o Valor. Foi sondada, por exemplo, a alemã CTS Eventim, uma das maiores do mundo, e que tem planos de ampliar seus negócios, em mercados como o brasileiro, até as Olimpíada de 2016. Procurada, a CTS não se manifestou. A B2W reúne marcas como Americanas, Submarino e Shoptime.

Na noite de terça­feira, a empresa informou, em nota, que está em negociações confidenciais para possível venda da Ingresso.com. No comunicado, a B2W ressalta que não há, até o momento, “nenhum documento de caráter vinculante celebrado entre a companhia e eventuais proponentes”. O posicionamento foi uma resposta à Comissão de Valores Mobiliários para a forte valorização dos papéis da empresa nesta semana. Na segunda­feira, os papéis da B2W subiram 11,37% e na terça, 3,88%. Ontem, caíram 4,7%.

Há dez dias, a B2W foi questionada por um analista, durante teleconferência de resultados do segundo trimestre, sobre plano de vender novos negócios. A empresa negou. “Acreditamos que estamos muito perto da estrutura que precisamos e não temos quaisquer outras operações sob nosso radar, como B2W Viagens”, respondeu, na ocasião, Fabio Abrate, diretor de relações com investidores. Em maio, a B2W se desfez da B2W Viagens por R$ 80 milhões para a CVC, já dentro dessa estratégia de reorganizar o seu portfólio.

Apesar da negativa, fontes do setor consideravam a hipótese provável. Há cerca de dois meses, começaram a circular informações no mercado de que a empresa havia colocado o negócio à venda.

Além da Ingresso.com, outra empresa que também estudaria opções, como a venda da operação, é a Ingresso Fácil, que encolheu consideravelmente nos últimos meses, mas já tem alguma estrutura implantada, como operação em pontos de venda e de atendimento a clientes.

No caso da B2W, a venda da Ingressos.com era considerada possível pelo mercado porque a empresa está se desfazendo de negócios que estão fora do foco de atuação da companhia, atualmente o “market place” (shopping virtual).

A questão central, no caso da empresa de ingressos, está em buscar compradores num setor em fase difícil. No Brasil, grandes grupos (como Tickets for Fun) perderam força com fracos resultados e o encolhimento do segmento de entretenimento. No exterior, o escândalo da venda irregular de tíquetes para a Copa do Mundo colocou grandes grupos (como a Match) em complicada situação na Justiça. O principal atrativo por aqui é o potencial do segmento de esportes, com a construção das arenas, e dos grandes musicais e shows.

A Ingresso.com tem cerca de 6 milhões de clientes cadastrados. Registrou lucro líquido de R$ 1,8 milhão de janeiro a junho de 2015 e patrimônio de R$ 26 milhões. Em dezembro de 2014, o lucro foi de R$ 1 milhão.  Por Adriana Mattos | De São Paulo Valor Econômico – SP Leia mais em sbvc 27/08/2015

27 agosto 2015



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