28 julho 2016

Angra Partners adquire gestora de private equity Mantiq, do Santander

A Angra Partners fechou a compra da Mantiq, gestora de fundos de private equity do banco Santander, por um valor não divulgado. A aquisição faz a Angra Partners dobrar de tamanho, para R$ 2 bilhões de ativos sob gestão, ao assumir participações em empresas como Renova, de energia renovável, e BR Vias, de concessão rodoviária.

Segundo Alberto Guth, sócio fundador da Angra Partners, a transação tem como objetivo dar mais escala à Angra, principalmente na área de negócios voltados para infraestrutura. O executivo acredita que o negócio de private equity ficará cada vez mais concentrado em poucas gestoras, que com portes maiores conseguirão ter equipes mais especializadas.

Da equipe da Mantiq, permanecem na Angra Partners cinco pessoas, entre elas Geoffrey Cleaver, Carlos Correa - ambos da área de gestão -, e Sandra Neves, especializada em direito. Esses executivos vão se somar a outros 16 profissionais da Angra.

Antes do negócio com a Mantiq, a Angra tinha quatro fundos de private equity, sendo dois deles voltados para ativos de infraestrutura. Agora, a Angra terá sob sua responsabilidade a gestão de mais quatro fundos: Infra Brasil, Ambiental e Brasil Petróleo 1 e 2, que somam R$ 1,1 bilhão em ativos.
Não é a primeira vez que a Angra Partners assume fundos de outros gestores.

Em 2003, passou a gerir ativos do Opportunity e ganhou notabilidade ao comandar a Brasil Telecom. Dez anos depois, pegou dois fundos da gestora Governança & Gestão, do ex-ministro Antonio Kandir.

Pela frente, a Angra Partners terá a administração de ativos da Mantiq, que impõem um certo grau de dificuldade. O fundo Brasil Petróleo, que tem como cogestora a Mare Investimentos do ex-presidente da OGX e da BR Distribuidora Rodolfo Landim, tem investimentos em empresas de óleo e gás, setor de baixo desempenho.

No fundo InfraBrasil, também há debêntures de projetos da Odebrecht Ambiental, controlada pelo grupo Odebrecht, investigado na Operação Lava-Jato. As demonstrações financeiras do fundo receberam ressalvas da firma de auditoria Deloitte por problemas nas companhias investidas Haztec, Companhia Energética Rio das Ostras e Energias Renováveis. Uma ressalva significa que uma norma contábil não foi cumprida ou que há impossibilidade do auditor de checar uma informação.

"Tivemos uma visão limitada dos ativos. Alguns são bons, outros, não", diz Guth. "Mas estamos acostumados a pegar ativos em situação complexa. Foi assim com as empresas do Opportunity." Para o Santander, a venda da Mantiq dá continuidade ao movimento de reestruturação da área de fundos de investimento. O banco já vendeu metade dos negócios de asset management e de custódia de fundos, por exemplo.

No ano passado, a aquisição da Mantiq quase foi fechada para a gestora americana Darby, que tinha interesse também nas cotas que o Santander tem nos fundos de private equity da Mantiq. No entanto, o negócio encontrou resistência, segundo o Valor apurou, por parte de alguns dos demais investidores dos fundos, um grupo formado por 19 cotistas - a maioria fundos de pensão. Procurados pela reportagem, Santander e Darby não comentaram o assunto até o fechamento desta edição.  - Valor Econômico  Leia mais em portal.newsnet 28/07/2016

28 julho 2016



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