13 outubro 2017

Otimismo pode levar Ibovespa a 100 mil pontos, diz Santander

Em uma escala de 1 a 10 para avaliar a situação do mercado de ações local, em que 1 significa pouco otimista e 10 significa muito otimista, o Santander atribui ao Brasil nota 7. É com essa descrição que o estrategista de ações para Brasil e América Latina do banco, Daniel Gewehr, descreve o que chama de "otimismo cauteloso" com a economia e a política brasileira, que têm dado sustentação à renda variável atualmente.

Em relatório recente, Gewehr apontou a possibilidade de o Ibovespa ir a 90 mil pontos ao fim de 2018, mas essa tendência pode inclusive ter uma resposta ainda mais forte caso as expectativas dos investidores sejam surpreendidas. No cenário do Santander em que o Brasil teria nota 10, o Ibovespa pode alcançar 113 mil pontos, o que representa um potencial de alta de 48% em relação ao fechamento do índice na quarta-feira (11), de 76.660 pontos. No acumulado deste mês, o índice tem alta de 3,2%; no ano, o Ibovespa já sobe 27,3%.

O Santander traça também um cenário em que as expectativas positivas do mercado sejam todas frustradas por uma repentina piora na situação da economia e com a eventual vitória de um candidato não orientado ao mercado na eleição de 2018. Com a ameaça sobre a dívida pública que essa realidade poderia trazer, o mercado puxaria o Ibovespa para baixo, até os 54.072 pontos - uma desvalorização potencial de 29,5%.

Mesmo com esse risco, porém, a leitura que dá sustentação à análise positiva do banco para 2018 é, principalmente, o lucro maior das empresas brasileiras, que deve crescer 18% no triênio 2017-2019. Com a trajetória de queda de juros, crescimento da economia e a confiança de que um candidato mais alinhado ao mercado possa vencer as eleições presidenciais, o Santander decidiu manter cerca de 80% das suas indicações para papéis voltados ao ambiente doméstico. Os outros 20% ficam com o elemento de cautela que o banco insere na conta para garantir alguma proteção.

"Nesse cenário de crescimento de lucros e realocação de ativos [da renda fixa para variável], o investidor doméstico vai cada vez mais comprar bolsa, incluindo aí pessoa física, fundos de pensão e 'family offices'. Pela primeira vez, começamos a ver multimercados entrando em bolsa, então nossa leitura é de que este ano está sendo muito bom", afirmou Gewehr, em entrevista ao Valor.

A carteira do banco está concentrada em ações ligadas à economia doméstica, caso da Lojas Americanas, principal recomendação. Mas, embora seja uma indicação ligada às perspectivas de um horizonte de um ano, o estrategista do Santander destaca que o investimento na empresa é de longo prazo. "A Lojas Americanas tem crescimento contratado e participação relevante em B2W. É um bom investimento pensando em um portfólio de preservação de capital", diz. Bancos privados também oferecem retornos bons, acrescenta Para Gewehr, embora alguns setores, como mineração e alimentos e bebidas, devam ser evitados, é importante olhar os resultados das empresas - e a leitura é que eles devem vir acima da inflação. "Como nossa tese para o Ibovespa é o lucro das companhias, o momento é de comprar Brasil." - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 13/10/2017

13 outubro 2017



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