01 dezembro 2017

Fundo chinês leva unidade de milho da Dow no país por US$1,1 bi e planeja expansão

O fundo chinês Citic Agri informou nesta sexta-feira que concluiu a aquisição por 1,1 bilhão de dólares do negócio de sementes de milho da Dow Chemical no Brasil, que passa a se chamar LP Sementes e pode ser uma plataforma para futuras compras no país e na América Latina.

O fundo tem cerca de 2,65 bilhões de dólares disponíveis para possíveis aquisições após o pagamento dos 1,1 bilhão de dólares à Dow, disse à Reuters o gerente-geral do Citic Agri, Shi Liang, nesta sexta-feira, em Ribeirão Preto.

Executivos do fundo chinês, parcialmente controlado pelo conglomerado chinês Citic, e de sua subsidiária de sementes, a Yuan LongPing High-tech Agriculture, que irá gerir o novo negócio no Brasil, realizaram uma conferência de imprensa em Ribeirão Preto (SP) para discutir os planos.

Além de sementes, Shi disse que as áreas visadas pelo fundo incluem genética animal e produtos veterinários, como vacinas e produtos de proteção de culturas. Mas não há negociações com possíveis alvos no momento, disse ele.

O acordo com a Dow, anunciado em julho, inclui plantas de processamento e centros de pesquisa de sementes, uma cópia do banco de germoplasma de milho brasileiro da Dow AgroSciences, a marca de semente Morgan e uma licença para o uso da marca Dow Sementes por um certo período de tempo.

A Dow vendeu o seu negócio de sementes como condição para a fusão com a DuPont, concluída neste ano.

Há uma onda de investimento chinês no Brasil, uma vez que as empresas locais procuram parceiros para melhorar sua estrutura de capital após a recessão mais dura do país.

As empresas chinesas investiram 14 bilhões de dólares em negócios no Brasil nos primeiros nove meses de 2017, já o segundo melhor ano desde que o governo brasileiro começou a monitorar em 2003.

O CEO da LongPing, Zhang Xiukuan, disse que a empresa planeja expandir o negócio de sementes no Brasil e está procurando um local para construir um centro de pesquisa de arroz no país.

LongPing é líder em tecnologia de arroz híbrido na China, com cerca de 30 por cento do mercado.

Zhang disse que existe um grande potencial para expandir o cultivo de arroz no Brasil, que é plantado principalmente no sul do Rio Grande do Sul.

Ele comentou que a nova subsidiária LP Sementes também procura impulsionar as vendas de sementes de milho para países como Paraguai e Argentina, onde a empresa já possui operações.

Ele afirmou ainda que os dois países são altamente complementares, uma vez que a demanda de alimentos na China deverá continuar a crescer e o Brasil tem uma grande área disponível para a expansão da agricultura. Reuters Por Marcelo Teixeira Leia mais em dci 01/12/2017

01 dezembro 2017



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